A Assembleia Legislativa do Ceará manifestou moção honrosa ao superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará, Marcelo Alcantara, pela idealização do capacete Elmo, mecanismo não-invasivo para tratar pacientes com insuficiência respiratória devido a complicações da Covid-19. O reconhecimento foi aprovado pela Casa Legislativa após requerimento de autoria do deputado Nelinho Freitas, do PSDB.
O documento destaca os benefícios do equipamento, idealizado por Marcelo Alcantara e desenvolvido por pesquisadores em força-tarefa público-privada. O dispositivo pode evitar a intubação de pacientes em 60% dos casos, conforme demonstraram estudos clínicos, e ser reutilizado. Além disso, a tecnologia tem custo reduzido em comparação a outros recursos, como os ventiladores mecânicos, e por ser vedado ao paciente pode evitar a proliferação de vírus, conferindo maior segurança aos profissionais de saúde.
“Não restam dúvidas de que o capacete Elmo trata-se de um importante feito para o Estado do Ceará e para o país, sendo desenvolvido em tempo recorde e cumprindo todas as exigências e formalidades dos órgãos de pesquisa e regulação do Brasil”, justifica o documento.
A moção honrosa se estende aos pesquisadores e demais envolvidos no projeto, composto ainda pela Secretaria da Saúde, Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), além da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), com o Serviço Nacional de Aprendizagem (Senai/Ceará), e ainda Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade de Fortaleza (Unifor), da Fundação Edson Queiroz.
Capacete Elmo
A proposta de criar o Elmo nasceu em abril do ano passado, quando pesquisadores locais buscaram uma solução tecnológica de rápido desenvolvimento que pudesse tratar insuficiência respiratória de pacientes com Covid-19.
A iniciativa uniu ciência, tecnologia e inovação. Ao todo, dez protótipos foram sugeridos e testados em voluntários no Laboratório Elmo, implantado na Central de Ventiladores Mecânicos e Equipamentos Respiratórios (CVMER), no Senai Ceará. Com a consolidação do equipamento, iniciou-se a aplicação em pacientes. O trabalho reuniu diversos profissionais, entre médico pneumologista e intensivista, fisioterapeutas, técnicos em usinagem e ferramentaria, design industrial e engenheiros nas áreas clínica, civil, mecânica e de produção.
Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o capacete Elmo é utilizado em diversas unidades de saúde, tanto públicas quanto privadas no Ceará e outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Amazonas.
Segundo a Secretaria da Saúde do Ceará, pelo menos 1.841 pacientes rede pública estadual de saúde já foram tratados com o equipamento.
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